3 de novembro de 2014

Olha o arco-íris!

Não quero esse teu mundo incoerente. Não quero andar a saltar por entre esses teus riachos tão sem nada. Porque no teu mundo está muito a chover. E no meu só faz sol. Mas quando tu deixares, talvez a chuva acalme. Talvez o tempo corra na minha direção. Talvez chegue dia de arco-íris. Sorrisos e caminhos de sentinelas e pirilampos. Porque eu quero viver o agora e contar as pedras da calçada segundo a segundo. Entender os decalques do fogo e os pormenores da lua. Contar as estrelas suspirando. Ave esvoaçante, vives no futuro. Colocas a tua vida na mão do destino. Planeias como quem escreve um livro. Não deixas crescer. Forças o rio a correr em direção ao mar. Deixa o rio seguir o caminho com calma. Deixa-o percorrer os vales e encontrar as flores e outros rios. Pára de escrever assim. Não planeies. Deixa a vida correr. Olha que ela não gosta de ser planeada. Perseguida. Deixa que o mundo te leve. Deixa que o tempo percorra o que tu lhe queres dedicar. Esquece os planos. Abandona o depois. O porquê. O será. Não pares tanto tempo. Não desgastes a vida. E não te desgastes. Não recuses a felicidade. O arco-íris. Porque enquanto estás aí, eu estou aqui. Vivo intensamente o meu sol. O dia bom de hoje. Os segundos de agora. Deixa os minutos de amanhã. Deixa-te respirar livremente. Deixa-te sorrir. Abre os braços e sente a chuva diminuir. Deixa a tua chuva encontrar o meu sol. Olha o arco-íris!

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