22 de setembro de 2015

Amor, posso questionar-me para sempre?


Questiono-me. Dia após dia. São meses após semanas. São horas que passam e o tempo não desdiz. E eu questiono-me. Vou-me questionando. Será possível? Mais ainda? Mas como? E a verdade, é que sempre segue e acontece. Há dias que não sei o que lhe chamar. Se um nome, se uma palavra solta, ou mesmo uma frase mais elaborada. E vai crescendo. Vai acontecendo mais. E quando parece que nada há a acrescentar, vem um novo dia. Vem um novo olhar. Um sorriso. E cada vez que te vejo eu só posso apaixonar-me mais. E ao ouvir-te, só posso querer-te mais. Será o novo dia? Será o quê? Será que me vou continuar a apaixonar cada vez mais e mais? Mas ainda dá mais? 

Tenho que admitir que é deveras delicioso. Esta paixão diária. Este vibrar de emoções. O coração cheio. A alma resplandecente. Tenho que admitir. Contigo, sinto-me finalmente viva. Agora sei o que é estar acordada. Porque acordado não são os olhos abertos. Apenas. Tu acordaste-me por todo. Sinto tudo. Respiro por completo. Se conseguisse explicar o que sinto. Em palavras. Escritas. Proferidas. Mas volto-me a questionar: será isso também possível?

Como não me apaixonar por ti mais e mais? Todos os dias o fazes acontecer. Assim fica difícil não sorrir quando penso em ti. Assim fica impossível não sonhar contigo quando não durmo ao teu lado. Assim fica intragável. Eu questiono-me. Como? Como consigo amar-te tanto, sabendo que ainda te irei amar mais amanhã? Mas como não, amor. Como não? Espera um pouco. Para um pouco. Sabes uma coisa? Não interessa a questão. O porquê. O como. Não interessa. 

Apenas abraça-me como sempre fazes. Olha-me exatamente da mesma forma. Beija-me da mesma forma. Toca-me com o mesmo carinho. Fala-me com a mesma intenção. Apenas. Deixa-me questionar-me para sempre. Deixa que me apaixone ainda mais. Dia após dia. Deixa que te ame mais. Que este inacreditavelmente extenso amor cresça pelos jardins do infinito. Deixa-me continuar feliz. A mais feliz. Apenas por te amar. E de apenas, este apenas tem um tudo. Um sempre e um muito. 

Amor, deixa-me questionar-me para sempre.

5 de setembro de 2015

Enquanto eu for, tu és


Porque enquanto houver lua à noite, 
Tu és o meu Sol pelo dia. 
E enquanto o sol raiar pela manhã, 
Tu serás o meu luar na madrugada. 
E porque enquanto a água do rio correr para o mar, 
O meu grande e imenso oceano sempre serás tu. 
E mesmo quando o calor do Verão secar,
E o Inverno chegar, 
Sempre vou aconchegar as minhas memórias 
Nas estações passadas. 
Sempre vou encontrar a memória da tua presença
E nela repousar a minha pele.
E quando a chuva cair
E o Domingo chegar
É sempre de ti que me vou lembrar.


E porque enquanto eu for, tu és.

4 de setembro de 2015

Amor, boa noite


Amor, tenho-te no sítio mais importante de mim. Naquele lugar lá dentro. Naquele lugar escondido. Sítio de luz quando o teu sorriso está presente. Aquele lugar, amor. Um lugar só teu. 

Lembro-me de quando passaste a porta a primeira vez. Aquela porta abriu-se pela primeira vez. Se queres que te diga, na verdade, nem sabia que aquele lugar existia em mim. O sítio mais belo. Por trás da porta mais escura. 

Amor, eu tenho-te aqui. Neste sítio que mais ninguém alcança. 

E se um dia a porta passares. Se um dia amor, a teu sítio não quiseres retornar. Eu vou guardar o lugar teu. E o teu perfume nunca se vai desvanecer. E o teu toque vai sempre permanecer nas paredes. E nesse lugar, eu vou estar quando a tua falta sentir. Sempre.

Amor, nunca te esqueças. Aquele lugar, vai ser sempre teu. Vais ser sempre tu. E é lá que sempre me vou refugiar. E queria tanto não ter que ir para lá agora. Mas amor, é para aquela porta que eu estou a caminhar neste momento.

Amor, boa noite. Tem uma boa noite. 

2 de setembro de 2015

Vida


A vida são os pareceres. A vida são os encontros. Os desencontros. As almas perdidas. E as almas achadas. A vida o que é? A vida é e não é.

E a vida é isso mesmo. O furacão de hoje e o arco-íris de amanhã. Não há linhas direitas nem livro de capa dura. Não há certezas nem incertezas. És tu que fazes o caminho que pisas. És tu que constróis os sim e os não. Os dias sempre vão ser maus. Bons. Normais. Fenomenais. Infernais.

Só tens que aceitar que a vida é isso. O isso que não é nada. O nada que às vezes é tudo. E o tudo que por vezes não chega. A vida é apenas e só tudo o que quiseres dela. E nada do que dela quiseres. É tudo e nada. É tudo ou nada. É o que foi, é e será. Olha. Sente. Cheira. Sente. Isto, é a vida.

7 de julho de 2015

E se eu te disser, que ser feliz é fácil?


Engraçado, que engraçado é! Tudo um pouco nesta vida, é deveras engraçado. Hilariante. Digno de um comediante, e  por vezes até com o seu quê de política arrogante. É devido a estas afirmações, que longe estão de certezas, que eu agradeço a paz da minha alma. A natureza da minha personalidade descontraída, de luz pacífica e de felicidade abundante.

Na vida, muito se passa. Muita gente passa. E pouca coisa, na realidade se passa. A verdade, é que perdemos tempo com o que, e com quem não devemos. Preocupado-nos de mais com o que não importa, e com o que deveríamos ter que o outro tem, mas que por nós não foi alcançado. Quando digo isto, não apoio o pensamento miudinho ou a falta de ambição. Apenas sou a favor do comedido. Do tempo organizado e aproveitado. De não deixar a vida passar por entre os dedos e fugir das nossas mãos como pássaro engaiolado, que finalmente conheceu porta aberta. Sonhem. Sonhem sempre e sonhem alto. Mas não basta olhar lá para cima e continuar sentado. Levanta e constrói degrau a degrau. Vai lentamente, com afinco, com paixão, com força de viver e garra nessa luta diária. Mas sem a dureza cruel da expetativa criada pela sociedade. Ou pelo vizinho. Ou mesmo pelo estereótipo televisivo de como ser gostoso ou inimaginavelmente bonito nos dias que correm.

O bestial passa a besta. A besta veste muitas vezes o bestial. Se não é por palavra dita, é porque a Rita disse que o Pedro não foi correto com a Ana. E o Pedro que era o príncipe dos sonhos modernos, com traços de filme da época que não existiu jamais, passou então a vilão monstruoso, de um digno filme de terror. As pessoas mudam. Os ideais mudam. Os desejos mudam. Os tempos mudam. E tudo o que muda à nossa volta, muda-nos de igual forma. E não muda apenas a roupa com as estações de moda. Mudamos por dentro. Mudamos na carne. E às vezes mudamos na alma. Vestimos, despimos. E assim, vamos andando pelo enlace da vida.

Não é diferente para ninguém. Menos cruel. Mais amorosa. A vida dá um ar da sua graça por onde passa. E nós, mais cedo ou mais tarde, percebemos que pouco ou nenhum controlo temos sobre o que se passa à nossa volta. Decidimos, sim. E é para isso que aqui estamos. Tomar decisões. Por vezes as melhores, outras, no entanto, de conclusão mais duvidosa. Mas é assim mesmo. A luta diária. O sofrimento de cada um. A intolerância de cada qual. Cada um com a sua linha no tempo. E todos nós a viveremos. De uma forma ou de outra. Segundos, minutos, horas, semanas, anos. Passa. E deixa rasto. E deixa ferida. E vai que passa a cicatriz, e quando essa cura, por vezes vem outro arame farpado, que não vemos chegar.

Então, agora me perguntam: todas essas palavras para quê? Para vos dizer que inevitavelmente, ela passa. Pode vir de mansinho. Pode ligar o turbo. Mas o corre-corre passa por todos. As dificuldades, os desencontros, as tristezas, as injustiças e o mundo que foge dos nossos pés. E há também, aquele tapete que nos insistem em puxar sem avisar e ficamos descalços no chão frio. Todos, mas todos, tem dificuldades. Os ricos, os pobres, os médicos, os contabilistas, os matemáticos, os chineses, os americanos e os portugueses. Uns mais do que outros com toda a certeza. Mas todos a vivem. Todos a sentem.

Mas, e se, ao invés de nos atrofiarmos no que não presta, no que passou, no que não dá ou na tristeza, nos agarrarmos à felicidade? E se nos agarrarmos a nós? Aos nossos ideais, as nossas conquistas diárias, ao passo leve do dia-a-dia, ao que nos faz sorrir e a quem nos faz sorrir. E se aprendermos a viver mais e melhor os bons momentos? A ser felizes genuinamente. Com o pouco que temos agora. Com a surpresa na nossa caixa correio. Com a mensagem daquela pessoa especial, que nos fez sorrir ao ler apenas. Aquele sorriso que vem de dentro. E se prolongarmos esse sorriso? Pela alma fora. Pelo coração dentro. Podia dizer para encararem as minhas palavras como um desafio. Mas não será. Não o farei. Não quero desafiar. Quero acreditar que toquei nesse pontinho aí dentro. Quero acreditar, que tanto o meu, como o vosso, irá brilhar. Brilhar. E brilhar, mesmo no dia mais escuro. Mesmo no tempo mais duro.

E se eu te disser, que ser feliz é fácil?

6 de julho de 2015

Tem dias


Tem dias de tudo. 
Tem dias de nada. 
Vem, que tem dias de chuva 
E outros em que o sol fica o dia a brilhar. 

Há dias de peito forte 
E sorriso gigante. 
Há dias de água no rosto 
E corrente apertada que parece não mais passar. 

Claro que há dias que parecem noites. 
E noites que parecem dias. 
Quando o tempo não mais trespassa, 
Quando o amigo abraça 
E o ar que respiras esta ali para ficar. 

Esse escuro que clareia a vida. 
Essa luz que troveja e não deixa passar. 
Sim, tem dias. 

E eu tenho dias. 
Tenho dias que passam como a noite 
E noites que vão acabar por findar. 
Sou o tempo que passa.
Sou o vento que leva.
Sou a vida do dia-a-dia
Que todo o segundo leva devagar.

Passa que o tempo urge.
Passa que o ponteiro
Trespassa a apontar.
Leva adiante a vida,
Que a vida tem de tudo,
E o mundo não vai parar.

Vai que tem dias.
Vem que tem noites.
Tem dias que adio.
Tem noites que anseio.

Então, vai que vem
E volta na roda do urge que urge da vida.
A vida que é tua às vezes.
O tempo que te empresta na demora
E os segundos da alma perdida
Que não percebe nada da jornada.

Vive esses dias de leve
Vive no compasso do teu respirar
Porque a vida é sempre breve
Fica tanto por terminar.


7 de junho de 2015

Desculpa, mas não!


Desculpa, mas não vou desistir. Não vou desistir de ti. Não vou desistir de mim. Não vou desistir de nós. Desistir nunca fez parte de algo que regesse a minha vida. Nunca desisti de nada. E de nada tu estás longe de tudo. Não há palavra nada ao teu lado. O vazio não existe na tua presença. A tua luz preenche tudo. Todo o meu espaço. Tu fazes-me sentir uma guerreira. Tu fazes-me sentir mais eu. Mais eu, do que alguma vez eu senti. Nem em momentos. Nem em alturas.

Então diz-me: como desistir do ar que se respira? Como desistir do que te alimenta? Do que te alimenta por dentro. Do que te constrói a alma? 

Por isso, desculpa, mas não vou desistir. Não vou desistir da minha caneta mágica da escrita. Não vou desistir do sorriso genuíno. Não vou. Não vou. E não vou. Não vou entregar um tesouro de animo leve. Não quero. A minha loucura esmorece sem ti. Sem a tua. O meu eu, não é o mesmo sem o teu. Eu escrevo por ti. Para ti. E os meus passos não são os mesmos, se não te souber no fundo da estrada.

Então, claro que não vou desistir. Não se trata de ser feliz. Apenas. Trata-se de não abrir mão. Não vou permitir-me perder-te.

Vou continuar aqui. Aqui e ali. Mas sempre respirando-te. Sempre ansiando-te. Vou na jornada. Vou no meu caminho. Vou na luta do melhor. Melhor de mim. Por mim. E por mim, vai ser assim. A jornada. Diária. Instantânea. Duradoura e contínua. Vou caminhando, até que voltes a parar no mesmo cruzamento. Vou ser por ti. E para ti. O melhor. A melhor. No caminho e na estrada. Sempre gostei de caminhar. Sempre gostei da luta. Por isso, prepara-te que eu não vou desistir. E assim, aqui está a guerreira que me ensinaste a ser. A lutadora que me ajudaste a construir. 

Então, não! Não vou desistir de ti. Desculpa, mas não!

19 de maio de 2015

Planeta sem órbita


     Vivo num mundo só meu. Num planeta sem órbita. Numa terra sem leis. Vivo de dentro para fora. E de fora eu vivo por dentro. Vivo o pouco e muito. Respiro o tudo e o nada. Habitat de costumes estranhos que se entranham. Vida de trás para a frente. E da frente para trás onde o tempo não existe. Horas que não são horas e minutos que pouco ou muito valem. O meu relógio funciona a expirações e inspirações. O tempo para. O tempo avança. 

     Vivo num mundo só meu. Este mundo, que a muitos, de louco se assemelha, e a poucos se assimila. Não tenho satélites. Não há luas. Porque eu tenho as minhas. Crescentes. Minguantes. Cheias. Cheias de nada. Vazias de tudo. Novas do que passou. Velhas do que indo acontece. E sou de eclipses e de aparições milagrosas. 

     Esta terra, que é um dito que falou. Esta via, que é porque acontece. Um mundo solto. Um mundo leve. Um lugar onde chove. E quando chove eu sinto a chuva. E sinto o sol. E o arco-íris. E o vento. E a brisa. Este mundo onde tudo acontece. E nada fica por acontecer. Um espaço onde sou eu. Verdadeira. Um mundo onde o meu sorriso é o sorriso. Sorriso, que não é o que não parece ou o que poderia ser. Sorrio quando quero. E escondo-me no vale mais escuro, quando a luz me magoa os olhos. Olhos que choram. Olhos que vêm. Olhos que captam a vida.

     Este mundo onde há e não há. Um mundo sem cortinas. Um mundo sem teatros. Aqui, neste pequenino planeta habito. Aqui ao lado. Mesmo ao lado do teu. Do teu planeta. Do teu planeta sem estrelas que guiam. Do teu planeta onde o Sol és tu mesmo. O Sol que ilumina. A ti.

13 de maio de 2015

Vamos criar um mundo diferente?


Vamos criar um mundo diferente? Vamos? 

Vamos criar um mundo onde o sorriso vem primeiro. Vamos lutar por viver num lugar onde não esperamos os milagres acontecerem. Um mundo onde partirmos para o desconhecido, e de olhos vendados e mangas arregaçadas encaramos o tudo e o nada. O pouco e o muito. E quando o pouco existe, o muito fazemos por procurar. E quando muito acontece e precisamos de menos, vamos respirar e dar um passo se cada vez. Não devemos esquecer que a criança aprende a andar, primeiro gatinhando. E antes que os seus passos sejam seguros, vai tropeçar no caminho. Mas vamos lutar por esse caminho. Pela nossa jornada. Vamos parar de viver neste mundo de queixumes e lamúrias. Vamos parar de pedir milagres. Vamos parar de lamentar não termos mais. Não sermos mais. Vamos deixar o que o vizinho tem, o que o primo ambiciona ou o que o colega sobeja. Vamos deitar as mãos ao trabalho, pegar na enchada, cavar a terra, para semear e colher os frutos. Deixemo - nos de culpar Deus por isto e por aquilo. Deixemo - nos de colocar nas mãos da religião os nossos falhanços, a nossa preguiça ou a pouca sorte. A sorte é para quem a procura. A agulha que está escondida num palheiro tem que ser procurada, quer haja mais ou menos palha. Tens que a procurar. Ela não vai aparecer sozinha. Então, vamos lutar por um mundo assim. Um mundo de lutas e conquistas. Um mundo onde a felicidade está apenas nas nossas mãos. Um mundo onde o sorriso amanhece connosco e a força e a coragem entardecem ao nosso lado.

27 de abril de 2015

Dá o melhor de ti


Tudo se torna melhor quando aceitas quem és. Quando aceitas que o seres perfeito é relativo. Podes encarar que és perfeito de acordo com os teus ideais e a tua forma de estar na vida. Ou simplesmente, viveres um dia de cada vez e aproveitares o momento, aceitando que não podes agradar toda a gente e que a vida é muito mais do que viveres em função dos outros. 

Aceita-te como és. 

O que não significa que não queiras crescer. Ou que não lutes por ser uma pessoa melhor. Porque, só se tu te admirares, vais conseguir inspirar quem te rodeia. 

Dá amor. Entrega flores. Espalha sorrisos. Transmite alegria. Acarinha não apenas quem te dá, mas a quem tu queres dar. 

O valor não está em fazer o que é fácil. O valor, está no amor verdadeiro. Na verdadeira entrega. No dar sincero. Sair por aí julgando é "pão nosso de cada dia". Sê diferente. 

Para teres o melhor dos outros, dá o melhor de ti.

25 de abril de 2015

Pestana entre os dedos


Foi uma pestana entre os dedos. Pensei que era mais uma. Uma simples pestana. Mas na realidade não era. A pestana era só um pelito perdido. Mas a pessoa a quem pertenceu, iria mudar tudo que eu  pensava acreditar sobre magia, felicidade ou desejos realizados. O que tornava esse pequenino cílio especial. 

A verdade, é que aprendi a desvalorizar esse gesto de desejo. Desde que me lembro, que seguia religiosamente à risca essa divina repetição. Desde os tempos em que os meus dedos eram ainda uns dedinhos, que não possuíam força nem destreza para segurar um lápis e esboçar o meu nome. E passaram pessoas na minha vida. Umas vieram e ficaram. Outras entraram e não permaneceram. Muitas pestanas passaram. Família, amigos, namorados, engates e algumas pessoas aleatórias. 

Umas perdi antes de fechar os deditos. Outras quis que se perdessem. Fingi que não vi, ou simplesmente voaram por entre desejos e pedidos. Mas houve sim, aquelas que apanhei e desejei muito. Aquelas que apertei bem entre os dedos. E o desejo era tão forte. E acreditava tanto que um dia aquelas palavritas na minha cabeça se iriam tornar em realidade.  Acreditava que o pensamento e a vontade saltaria cá para fora e tomaria conta da minha vida. Foram tantas as vezes que pedi. Às vezes quase implorei. Chegaram a ser os mais banais desejos entre alguns de muito difícil realização. 

Passaram anos, e aqui estou eu. Estou para vos contar que os desejos se realizam. Só que a magia não acontece quando queremos. Nem seria tão mágico se assim fosse. E assim aconteceu. A mim. Logo a mim, que já não acreditava. Já tinha desistido desses contos de fadas. A magia que não sendo como nos contos da Disney, é uma história da vida real. Um conto que não é de fantasia, mas é uma história de encantar fantástica. E então, vocês me perguntam: "O que te aconteceu moça? Ganhaste o euromilhões? O que de tão fantástico surgiu na tua vida?". 

E eu vos digo. Digo em voz alta e com um grande sorriso no rosto: afinal era mesmo uma pestana diferente. De uma pessoa diferente. Um diferente bom. Um diferente que te preenche. Um diferente que te ensina. Um diferente que te faz amar-te acima de tudo. Um diferente tão bom que te faz descobrir que os desejos estão na tua mão. E que a felicidade está ao teu alcance. E assim descobri, que mais importante que "a pestana", é a pessoa a quem pertence. Mais importante que o que queres, ou que o que ambicionas para ti, é a forma como encaras a vida. E quem te rodeia. E quem amas e quem permites que te ame e que te preencha. E assim foi. Com um desejo. Um simples desejo. Um desejo que fez com que todos os outros se realizassem. Foi um ciliozito que veio do mar e do céu. Um ciliozito que me fez acordar.

E acredita, muitas pestanas vais ter entre os dedos, até a pestana certa surgir ou esvoaçar até ti. E quando acontecer, tu vais saber que estás a viver o momento, na hora certa e com todos os pozinhos de pirilim pim pim mágicos, que cabem na tua felicidade.  E todos os teus desejos se vão realizar. E vais perceber, que essa pestana entre os dedos é para ficar.

31 de março de 2015

Nunca te disse


Nunca te disse que te amo. Nunca te disse que és tu que quero ver logo pela manhã. E que é o teu rosto que quero olhar antes de fechar os meus olhos à noite. Sim, nunca te disse.

Nunca te disse que é o teu sorriso que quero ver quando a minha gargalhada cresce. E que é a tua mão que quero tocar quando o medo chega. Pois, nunca te disse.

Nunca te disse que tenho saudades tuas mal sais de perto de mim. E que sonho contigo quando não dormes comigo. E que sinto tanto a tua falta. Falta de te tocar. Falta de estares ali. Falta de ti. De sentir o teu cheiro. O teu perfume. Esse perfume, que para mim é o melhor do mundo. Cheira a primavera e a flores. E mais. Cheira a amor. E acredita, é um cheiro que nunca tinha sentido antes.

Nunca te disse que adoro os teus olhos. A tua pele. O teu cabelo. Os teus lábios. O teu sorriso. É...Nunca te disse que te adoro. Que te desejo. Que me fazes falta. Há tanto que não te disse.

Nunca te disse o quanto és especial para mim. E que em mim há um lugar só teu. Uma salinha com muita luz. Brilhante. E onde tudo acontece. E és tu que ocupas esse lugar. E o espaço não está para alugar. Não está para troca e muito menos para comprar. E eu nunca te disse.

Nunca te disse que eu, que sempre vivi o momento, não consigo imaginar o meu futuro sem ti. Porque tu és o meu agora. E o meu sempre. Nunca te disse tanto. E tanto tenho guardado para te dizer.

E já te disse que é em ti que penso quando a vida me sorri? Que é a ti que quero contar as minhas histórias? As desventuras e todos os pormenores do meu tempo? Da minha vida? Porque tu és a minha vida. És tu. Tu. Como és, como serás e com tudo o que já foste. Sim, eu sei que nunca te disse.

E às vezes, chega o momento em que as palavras não devem ficar presas. E então, as palavras soltam-se. E é agora que te digo. Digo tudo. E tanto há, que eu te queria dizer. E quando o escrever não mais chegar, eu falo-te ao ouvido. E quando ao ouvido for baixinho de mais, eu vou dizer ao mundo. E quando o mundo for pouco, eu vou apenas sorrir para ti e dizer-te: eu e tu, somos nós. 

14 de março de 2015

Saudade


Deixa o tempo encaminhar as horas
Para o passa que não passa da vida.
Que o que marca também cura
E vai que talvez nem seja uma ferida.

Desce e sobe as escadas
Com a coragem guardada
No teu cofre tão especial.
Sobe que o elevador
Vai cheio de burburinho
E quem quer atalhos,
Longe está do verdadeiro caminho.

E a saudade tens que soprar
Para a distância de outro lugar,
Porque quem foi no seu pé andando,
Mesmo enviando um beijo e um tango,
Pode não querer mais voltar.

Então segue contigo,
Porque tu és o teu abrigo
E a vida está sempre a mudar.




12 de março de 2015

O meu conto de fadas

Cansei de esperar o príncipe encantado montado no seu cavalo branco. Cansei de ser gata borralheira à espera da meia-noite. Cansei que me digam quando posso ser princesa ou a que horas posso ir ao baile.
Não preciso de um príncipe que me resgate no seu cavalo branco, nem de nenhuma fada madrinha a comandar os meus horários de saída. Não preciso que o príncipe me acorde do sono da maça envenenada, porque eu nunca comeria a maça oferecida por um desconhecido. Não preciso de deixar crescer o meu cabelo para que o príncipe me salve da torre alta em que vivo. Deixo crescer o meu cabelo porque sou vaidosa e gosto de o ter assim. Não preciso do beijo mágico porque me piquei numa roca de fiar. Não gosto de trabalhos manuais e mesmo que me picasse tenho um sistema imunitário bastante resistente. Não preciso de nada disso. Não preciso. Simplesmente não preciso.
Eu decido quando sou princesa. E sou princesa todos os dias que eu quiser. E todos os dias basto-me para me salvar. 
A vida não é um conto de fadas comandado pelos príncipes. A vida é tanto deles, como das princesas. Porque será que não há histórias em que são as princesas a salvar seus príncipes? Porquê ficar à espera de alguém para nos salvar e não começarmos nós próprios a tratar da salvação tão aclamada? Sou eu que decido se me quero salvar e se preciso de ser salva. Não preciso do príncipe e do seu cavalo. Tenho as minhas pernas para andar. E se o cavalo vier, sei muito bem cavalgar a vida sozinha.
Eu sou a princesa da minha história de encantar. Sou a guerreira que encara os dragões e as bestas aladas. Sou a minha salvadora. Sou a princesa que já não vive mais esperando o príncipe que não chega.

9 de março de 2015

Só colhe quem semeia


A verdade é que na vida a colheita não tem épocas, nem calendarizações. Não escolhes quando colhes. Podes escolher apenas quando semeias. E o que semeias. Mas embora não saibas quando irás colher o que plantaste, se estiveres seguro de ti, da semente usada, não há pelo que querer antecipar. Quem sabe o que planta, não tem pelo que temer a colheita. Então, semeia. Semeia sempre. Mas o melhor. A melhor semente. Pode até ser uma plantação mais dolorosa, mais demorada e mais intensa. Pode até ser, que a semente seja difícil de arranjar, de plantar ou mesmo manusear. E que o semear seja mais lento e que exija mais de ti. Mas quando for a colheita… Vai florir. Vão ser flores com cheiro de Primavera. Vão ser frutos com sabor a Verão. Vai então semear. Semeia hoje que a colheita pode ser já amanhã. Não sabes o tempo. Mas permite-te saber que podes contar com o melhor. Não precisas de saber o quando. Nem o onde. Apenas que foi o melhor que conseguiste. E a colheita, será o melhor, do melhor que fizeste.

6 de março de 2015

A Lua e o Sol


"Amo-te Sol!"
"Porquê?" perguntou o Sol à Lua.
"Porque sim!"
"Mas só nos vemos uns breves segundos todos os dias!" referiu o Sol.
"E esses instantes, são tudo o que eu preciso. E saber que amanhã esse tempo vai chegar, faz com que a minha vontade seja de sorrir, brilhando a noite toda."
"Mas não entendo..." disse o Sol.
"Não entendas, meu querido Sol. Sente!" disse a Lua, enquanto tocava o Sol de leve nos segundos que lhe restavam.


28 de fevereiro de 2015

Desimpede-te!


Então porque não agora? Porquê deixar escondido o sorriso que é deste momento? Porquê adiar a dor de barriga tão boa. A dor de rir e o chorar de tanto deste dia que já transbordou e não cabe lá dentro. Se te apetece cantar, canta. Se o que tu queres mesmo é dançar, dança. Se sempre quiseste ser mais feliz, mas nunca o fizeste porque sempre aparece algo a impedir... Desimpede-te! Só tu podes encontrar o teu caminho. Só tu sabes ler esse enigma que é o teu coração e a tua cabeça! Arrisca a escrever a tua história! Pega e escreve! Não é difícil. Um rascunho aqui, uma linha acolá. Transcreve e transforma em real. Grava o filme da tua vida. Mas na vida real. Cheio de sentimentos. Não te prives de viver tudo. Não tenhas medo. Com medo não chegas a lado nenhum! O medo não sustenta. Vai, que o medo drena a vida e não te deixa viver. E é hoje o dia para começar. Amanhã pode ser já o dia de ontem tudo voltar a alterar. Então, não bloqueies o mundo. Não feches a sete chaves essa porta. Anda com a chave na mão. Coloca junto ao coração. E deixa- te levar pelos momentos, que é verdade que a vida passa e nem dás conta de ela passar. Vai. Vem. Volta. Segue. E gira. Olha a vida em todas as direções. Descobre todos os padrões. Segue a hora. Absorve os segundos. Não te arrependas do que fizeste. E não queiras deixar passar suspiro que seja a imaginar o que teria sido. Desprende-te. Esquece as correntes. Não és um escravo. Ora então desimpede-te que a vida esta desimpedida para ti. Agora.

20 de fevereiro de 2015

Viver os detalhes


Viver os detalhes
Respirar os segundos 
E correr o mundo desta vida 
Que sendo vasta não tem fundo.

Ser positiva nesta equação
Que saldo negativo
Só dá problema
E não cria nenhuma solução.

Não perturbes o enrolado do tempo
Que corre corre
E não para aqui e ali.
Então aproveita os segundos
Que as horas são vastas
E o tempo não tem tempo até acabar.

E irritar para quê?
O chicote é em ti que bate
E deixa marcas no rosto
E nada que depois passe
Lhe pode ficar pressuposto.

Sorri quando te apontarem
Que melhor que uma palavra feia
É um sorriso alheio 
Com palavras de nada
Para pessoas vazias
Em que nada enche
Pois o saco da vida está roto
E tudo que entra não cola 
E sai rapido a deslizar 
Para o mesmo lugar.

Então não percas saliva
Perde tempo com quem tempo te entrega
Com quem amor nunca nega.

Vai que a vida sempre te dá
Não o presente que queres
Mas o embrulho dourado
Desse mar tão chateado.



16 de fevereiro de 2015

Coração, acompanha-me!


É um bate bate 
Que sigo ouvindo.
Um som que segue no tempo
E sempre me vai seguindo.

É um canto que ecoa aqui e ali.
Notas suaves percorrem as ruas
Olhares ora descem ora sobem.
Um som que balança no tempo
Um bate bate que vai passando no ar
E percorrendo esse mar
Tão azul e sereno
Deste tão belo mundo
Que no dia-a-dia nos vem mostrar.

Eu vou e volto com o pássaro que canta
Subo e desço com o vento que sopra a árvore,
Que baila ao som deste bater.

Bate, bate coração 
Que ainda há muito a voar.
Não te canses, 
Pois muito aqui há para ti.
Não descanses, 
Não te acalmes
Que a minha vida tem tudo para dar
E tu tens ainda tanto que aguentar.

Então, meu coração,
Meu pequeno coraçãozinho,
Bate como uma canção,
Pois há muita música a tocar.
Ainda é tão cedo,
Ainda à pouco começou a entoar.

Acompanha-me,
Que não dá sem ti
E eu quero estar mesmo aqui.
É este o sítio,
É este o local.

Hoje, um nevoeiro encantado do sonhar,
Amanhã uma praia de vida 
Em que a realidade 
É sempre um bonito pôr-do-sol.
E até a noite tem as estrelas,
Para que não te canses de sonhar 
Meu pequenino lutador.

Acompanha-me até onde quiseres
Abre comigo a porta 
Esse pórtico que não é de filme
Nem de livro.
Abre ao meu lado os portões
Para o caminho que tu queres.
Percorre ao meu lado 
Essa estrada tão doce.
E quando amarga,
Vem comigo 
Que eu tenho um pedaço de açúcar no bolso.
Vem, que chega para os dois.

Então, meu coração
O espaço está aqui no meu peito
E é teu.
Vem soar esse bate que não bate 
Dos segundos comigo.
Eu acompanho-te quando correres
E quando te cansares
Eu dou-te o sopro que precisas
Para voares mais um pouquinho.

Vamos voar longe 
E ficar perto
Que a vida encurta
Não sabemos o quanto
Nem o quando
E o sempre que eu quero
É o agora contigo.


Aprende a surfar


Cada um tem uma razão. A sua razão. E cada razão é válida para cada qual. O que hoje é, amanhã não será. O que te encaixa, a mim não preenche. Por isso, que melhor maneira existe de levar a vida, se não viver a nossa. Partilha e compartilha. Mas faz-te feliz acima de tudo. Acorda para lutares e viveres o teu dia. A tua vida. A tua história. Aceita-te como és e serás feliz. Aceita a corrida, que se estiveres bem, navegas até contra as maiores ondas. Olha para o tempo como um mar que muda e sempre vai mudar. Cada dia é uma onda. E cada onda é diferente. Aprende a surfar. E mais importante que tudo, não esqueças que às vezes mesmo o melhor surfista é atingido. Ondas pequenas e ondas grandes. Hoje ou amanhã. Às vezes irás dar à costa. E acredita. Vais sempre conseguir surfar de novo.

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4 de fevereiro de 2015

Vamos sorrir juntos?


Podia questionar-me porquê? Podia. Podia pensar sobre quando tudo começou? Podia. Mas não preciso entender. Não preciso saber pormenores ou prefácios que nem interessam. Não me interessa o porquê ou o quando. Só quero saber do que sinto agora. Do meu respirar ofegante. Da ansiedade boa para que o dia chegue ao fim. Do sopro do vento que eleva e releva o tempo. Tempo que não passa. Esse tempo que só sabe passar quando perto do teu olhar.

Acho piada até, quando me perguntas porquê. É engraçado, como até isso me faz amar-te ainda mais. Esse teu jeito de ser. Perguntas e repetições. Dúvidas, dúvidas e mais questões. E eu suspiro. Suspiro e respiro tudo lentamente. Quero absorver tudo. Todos os momentos. Todos os encantos e desencantos.

E podia falar tanto. Podia falar dos teus olhos. Podia falar sobre as horas que eu os conseguia olhar. Sobre o que vejo. Sobre o que sinto quando os fito. Podia falar do sorriso, da gargalhada ou do risinho de alguns momentos. E do ar malandro? Também podia. Podia dizer-te que só tu consegues fazer-me sorrir sem motivo aparente. Porque tu és o motivo.

E não sou lamechas, sou mesmo de encarar a vida pela frente. E essa frente sempre teve muro. O protetor sempre foi muito alto. Alto de mais. E sempre houve uma porta bem pequenina. Uma porta com dobradiças enferrujadas. Com uma chave sempre perdida nos meus aposentos. Por baixo de livros, tralhas e bugigangas. Mas agora eu não tenho a chave. Não está mais comigo. Nem perdida, nem achada. És tu que a guardas no bolso. E podes abrir essa pequena porta sempre. E esse sempre perdura no tempo que tu quiseres. E dentro desses muros encontras tudo. Encontras o meu sorriso. Sorriso sempre ali. No tempo, sempre à espera de ti. E sempre me encontrarás. Vou estar sempre sentada junto ao lago de águas cristalinas, enquanto os meus pés brincam com a água que corre.

O meu mundo é um nada que tudo tem para ti. Um pequeno espaço onde tudo cabe. No meu mundo sempre vai haver o tu, o teu e o para ti. Há sempre espaço para o nós. Então, porquê perguntar? Porquê sofregar ou tentar antecipar? Bons são os momentos que, como gota a gota nos mostram o oceano.

E quando vives assim, nada importa e importado estás apenas em viver o momento de agora. Por isso, não te agarres a esses talvez. O mundo é tudo num vai e vem de cada vez. E vamos então ser felizes. Porque eu mereço. Porque tu mereces. E porque o dia está lindo e o sol está quentinho. E além disso, digo-te: com esse sorriso que trazes atado a ti, não dá para ser de outra forma.

Então, é fácil: vamos sorrir juntos?

3 de fevereiro de 2015

Se o meu olhar falasse



Adoro sorrir sem motivo aparente.
E o que não se mostra
Esta lá dentro a brilhar.
Adoro ver o meu olhar falar.
Quando os olhos
Gritam de felicidade
E no ar não se ouve
Nem o vento passar.

E se o meu olhar falasse
Ía ficar sem voz
Porque o que tenho guardado
Não cabe no mundo da rua
Que é pequeno demais
Para este sorriso
Que só vive em mim.

Ser feliz é fácil
Quando te deixas encher
Do que tu precisas para ser.

Então sê feliz
E enche a alma por dentro
Porque o que fora está
Dentro não preenche.

26 de janeiro de 2015

Queres ser um anjo? Eu prefiro ser um demónio!


Toda a gente tem sempre alguma coisa para falar sobre nós. Há na realidade, uma completa opinião formada sobre a nossa pessoa. E chego a achar, não sei se hilariante, se comovedor, as pessoas pensarem que nos conhecem, atirando e rotulando com várias palavras sobejamente conhecidas. Não digo como ofensa. Mas acaba por se tornar uma descrença no ser humano. Afinal de contas, será que não passamos mais tempo preocupados a classificar os outros em vez de olharmos para nós mesmos? Não é de todo obsoleto, acharmos que conhecemos alguém, quando por vezes nem a jornada de nos conhecermos a nós ainda começamos a percorrer? Ou mesmo quando tais características se adaptam de suave à nossa pele. Não seria melhor preocuparmo-nos com a nossa vida - acreditem, tantas vezes precisa de ser cuidada - em vez de andarmos constantemente arrebitados a levantar as saias que não nos dizem respeito. E pior que classificar como mentirosos, interesseiros, falsos, feios, gordos, entre outros adjetivos ardentes sempre prontos a sair, é cair na introspecção e canalizar que assim, também o podemos ter sido, somos ou poderemos vir a ser. Ai tu és perfeito? Peço desculpa então, se te ofendi! Nunca mentiste, fizeste algo com segundas intenções, enganaste ou prejudicaste? Então desculpa mesmo. E digo-te com toda a certeza, que realmente, deves pertencer aos céus. Um ser realmente divinal. Um anjo, talvez? Então, eu digo e afirmo: eu devo ser um demónio. Sim, vindo diretamente do inferno. Porque eu faço isso tudo. Minto com boas intenções, mas minto. E se já o fiz com más? Com toda a certeza. Sou falsa às vezes? Sou. Porque não me apetece ser verdadeira. Porque não tenho paciência. Porque quero conseguir algo em troca. Porque sim. E pronto. Se já fui interesseira? Já. E tantas outras coisas de conotadas de horríveis e sem valores. Porque este é o mundo real. Corpos com células, hormonas, cadeias e mecanismos interligados. E funciona tudo assim. Pelo cérebro, pelo coração, os pulmões, a pele e todos os outros. Não somos máquinas programadas, nem anjos de Deus imaculados. A realidade, é que quando chega à hora, valemos todos o mesmo. É no dito, é no feito e acontecido. A nossa carne é feita do mesmo e os nossos valores somos nós que os construímos. 

Por isso, gostava de pedir a todos os senhores puros que andam por aí, que pensem em se olhar a um espelho quando tudo corre rápido da boca. Sim, anjinhos papudos: que tal mostrar o quanto são alminhas perfeitas começando por o sendo realmente de alguma forma? Deixa o mentiroso, que também já o foste. Deixa ser manipulador, que o poderás vir a ser. Não julgues o que por ti muitas vezes julgado foi. Perde tempo com o que interessa. Para quê focar em tanta coisa má, em tanta vida alheia, quando há tanta vida verdadeira à espera?!

Então, de todo, eu prefiro ser um demónio e viver uma vida real. Aceitar que não sou perfeita. Ver o mau e o dia de chuva. Deixar o trovão cair às vezes. Porque viver num mundo de fantasia, num céu maravilhoso estrelado ou num mar magnífico de rosas não dura para sempre. Quero antes este meu mundo, que sendo um inferno, é habitado de realidade, onde não reina a fantasia e me prepara tanto para o Verão como para o Inverno.

23 de janeiro de 2015

Conhece-te a ti mesmo!


Porque chega um dia da nossa vida em que finalmente nos compreendemos. E percebemos que, mesmo em constante mudança, conhecemos quem está ali. Quem é aquela pessoa. Aprendemos a viver connosco e a aceitar os erros, as decisões mal tomadas, toda a merda que dissemos e as atitudes menos felizes. A verdade é que, quando aceitas quem és, não tens mais necessidade de pensar se o que fizeste devia ter sido feito ou não. Se o que disseste foi o certo ou errado. Deixas de te preocupar com o correto para a sociedade ou linear para o vizinho do lado. Quando ultrapassas a necessidade de te justificar pelas tuas atitudes ou o porquê de pensares dessa forma, estás no teu caminho. No teu verdadeiro caminho. Então, aceita quem és, para não viveres em constante função dos outros. Dos vizinhos. Dos amigos. Da família. Porque um dia podes precisar de ti. E podes não estar aí. Podes estar a dormir em casa da mãe, ao telefone com a amiga que te aconselha sempre ou a pedir açucar ao vizinho.

Porque só há uma pessoa que tu deves manter sempre, mas sempre por perto, seja em que situação for: essa pessoa és TU!


16 de janeiro de 2015

O tempo não para



E já diziam os mais antigos: "Só damos valor às coisas, quando já não mais as temos!". É engraçado como a maioria das pessoas não dá valor ao que tem. É uma constante busca. É constante o tentar alcançar do mais e maior. Chega a ser do não se sabe bem o quê. Do será que será, mas não sei bem o que é agora. Uma lupa invisível segue na mão de vários, procurando sempre o mais de amanhã e sacudindo o saco do que não chega que se tem hoje. Porque será tão difícil, as pessoas valorizarem o que realmente importa? O que já existe e o que se tem? Onde estará a dificuldade de apreciar o momento e nos encantarmos com as coisas belas e simples? Porquê a tendência para complicar, dramatizar, negativizar, desejar e desejar o que não está, ou que não existe? Ou pior o que não é nosso! 
Se soubessem o quanto a vida é passageira, corriam menos atrás do pressuposto e do amanhã, e entendiam o porquê do "agora" se chamar presente. Vamos ser realistas: desligando o botão do como será, do talvez ou do se, o que é a nossa vida, se não um grande presente? Um presente por inteiro: a dádiva de viver o momento. Pensar de mais, analisar tudo, apenas nos leva a perder tempo. E o tempo passa. Não espera por ti. Não te esqueças que estás aqui de passagem. Por muito que queiras não controlas tudo. Ou melhor, tu não controlas é quase nada! Não comandas o tempo. Não mandas no futuro. Por muito que tentes... E nunca te esqueças: tu atrais aquilo que transmites! Quanto mais procurares, menos vais encontrar. Faz o melhor que puderes. Sê o melhor que puderes. O resultado será sempre na mesma proporção do teu esforço. Mas não esquecendo, que para essa tua luta e objetivos diários, não precisas de te auto-flagelar. Não te exijas de mais. Por muito que persigas os porquês e queiras tudo para ontem, lembra-te que o sentido da vida é vago. A importância é díspar. E a beleza não está no sentido. Está no sentir. No viver o dia-a-dia. Nos momentos. Nos sorrisos e gargalhadas. Na lágrima e na saudade. Que seria de nós se tudo fosse pensar? Se tudo fosse neurónio? Se o raciocínio comandasse. Que seria de nós sem os sentimentos e os sentidos? Por isso, abraça a vida. Os dias melhores e os piores. No fundo, tu até sabes. Tu até sabes o que queres, mas foges do que precisas. E precisas de saber que o tempo corre. O tempo voa. Se queres abraçar, abraça. Se queres beijar, beija. Se te apetece chorar, chora. Se queres falar, fala. Mas agora. Não penses tempo demais, que o tempo não espera por ti. O tempo não para e quando fores ver ele já passou. Não te abraça. Não te espera. Não há pausa no tempo. Não retrocedes no ontem ou viajas ao mês atrás. Luta pelo que queres. Mas fá-lo já. E desta forma, terás sempre o maior presente que alguma vez desejarás: a VIDA por inteiro.



7 de janeiro de 2015

Estás perdido, ou já te achaste?


Sabes quando te encontras? Sabes quando a tua realidade vai de encontra ao que tu mais desejas? Tu sabes que te alcanças quando absorves e vives. Sabes que te achas quando não almejas o que poderá não correr a teu gosto ou voas para o que pode ser pesadelo. Encontrar o equilíbrio é fácil quando te aceitas. Quando olhas o mundo real. Quando retiras a venda e vês o que existe. Quando não te acarretas. Quando não tens carretas. Quando não há nada para enterrar. É tão fácil ser feliz. É tão fácil viver bem. Ingredientes fáceis, utensílios que nascem e vão contigo. Consegues olhar o teu interior e perceber o que te falta? O que te deixa inseguro? O que te faz ter medo? E o porque? Pega em ti e preenche. Tu, precisas de ti para te curares. Para cicatrizares. Não interessa o tempo. Onde ou como. Basta decidires que chegou a hora. Basta a força. Esforça-te. A força está aí dentro. Tudo o que precisas para começar está nessa cabecinha. E o que necessitas para alimentar está nessa caixinha do lado esquerdo do teu peito. Não deixes que te digam quando é a hora. Não deixes que comandem a tua felicidade. Ninguém tem o direito de dizer o que é bom para ti. Quanto te basta, só tu podes realizar. Psicólogos de vida alheia há muitos por aí. Donativos de opinião estranha voam ao teu encontro. Deixa opinar. Deixa que esse som parta a viajar. Desde que te conheças. E sabes que estás pronto para amar quando não te dúvidas. Quando estás preenchido. Se sabes quem és, podes conhecer mais alguém. Só assim uma história de conto de fadas se transforma num amor de vida real. Só assim irás viver uma história verdadeira e que te aumenta e faz crescer. Porque amor, amor verdadeiro é quando ao te confiares, ao te aceitares, te podes entregar. E podes subir melhor as escadas com o sopro de alguém. E alguém ganhar a corrida com o teu balanço. Porque o amor verdadeiro é o completar do que já existe. O confiar sem a dúvida chegar. É perceber que não é querer mudar. Se amas aceitas. Vives. Compreendes e entendes. Amar alguém não é só às vezes. Não é ontem que amanhã logo vejo. Nem gostar do dia de amor e depois vem o não do dia que chove e tu vais e foges. Compreende que amar é partilhar. Compartilhar. É proteger. Por isso, vê. Vê bem. Aceita-te. Compreende-te. Ama-te. E quando estiveres no alto da montanha, no pico mais alto de ti, dá a mão e sobe até às estrelas. Sobe de mão dada que o caminho é melhor quando vais junto. Eu já me encontrei. E tu? Estás perdido, ou já te achaste?

5 de janeiro de 2015

Princesinha, a rainha da coroa de flores!


Era uma vez uma princesa. Pequenina, loirinha, olhinhos de amêndoa e pele muito branquinha. Vivia num castelo muito grande, rodeado de muralhas muito, muito altas. A princesa sempre teve muito medo de se aproximar. Estava tão bem dentro do castelo: quentinha, protegida, com todos os confortos e mordomias. Nunca tinha que pensar em nada, preocupar-se ou ter medo do que quer que fosse.
Um dia, a princesa acordou diferente. Não sabia bem o que tinha, mas estava diferente. Abriu a janela e olhou para o céu. Respirou aquele ar e pensou : "Vivo há tanto tempo neste castelo!". Mas o que a princesa não sabia, era que na realidade, nunca tinha conhecido o mundo lá fora.
A princesa inspirou fundo e deixou-se estar a olhar o céu durante mais uns minutos. Foi quando de repente, uma pomba veio parar mesmo à sua frente, no parapeito da janela. A pomba virou a cabecita para a direita e depois para a esquerda. Deu uma picadela na mão da princesa e saiu voando para além das muralhas. A pequenina princesa suspirou, ganhou coragem, soltou o cabelo do laçarote que tinha preso bem no altinho da cabeça, despiu o vestido todo trabalhado em pérolas, e deixou-se ficar apenas com o corpete e as calças de veludo interiores que todas as meninas princesas usavam por baixo dos seus melhores vestidos. Saiu pela porta grande do salão, aproximou-se das muralhas e respirou profunda e lentamente. Olhou para as escadas muito a pique que terminavam mesmo lá no alto, na muralha. Subiu degrau a degrau, aproximou-se da borda e olhou para o que rodeava o castelo. Uma floresta verde, com muitas árvores floridas, pinheiros altos, arbustos com muitos frutinhos vermelhos...e o cheiro?...Aquele cheiro!... Era parecido ao seu perfume, mas mais puro, mais fresco, intenso, verdadeiro. Naquele momento, a princesa não duvidou. Precisava passar aquelas muralhas, correr em direção àquela floresta, respirar mais de perto aquele ar, sentir aquele cheiro.
A pequenina questionava-se porque nunca tinha passado aquelas muralhas. Porque nunca tinha vivido aquele mundo lá fora. Até porque os grandes portões sempre estiveram ali...à disposição dela. Poderia ter ido em qualquer altura. Nunca esteve presa ali dentro. Sempre esteve daquele lado por livre e espontânea vontade. Mesmo sem perceber porquê, até porque naquele momento não era o que mais interessava, a princesita desceu as escadas e pediu aos guardas para abrirem o grande portão. Não hesitou: saiu, viveu, correu, magoou-se, curou-se, sorriu e chorou. E sim, a princesa voltou ao castelo. Voltava sempre que precisava de repousar os olhos das cores vibrantes e dos cheiros intensos daquela floresta. A princesa voltava!... A pequenina, agora rainha com coroa de flores! Mas nunca, nunca mais fechou ou deixou que lhe fechassem os grandes portões.