13 de novembro de 2014

Carta para ti, Vida



Olá vida! Estás aí... Já reparei, sabes? Já vi o teu sopro. Respiro esse ar todos os dias. E vou respirando sempre. Até naqueles dias de fracasso. Sim, e nos de alegria e regozijo. Porque tu és isso. Tu és o bom. E as vezes és o mau. Mas o teu mau não deixa de ser bom. Porque diz-me vida: o que aprender contigo, se não nas alturas em que me levantas a voz. Quando me falas baixinho, eu ouço, sim. Mas acho que o sussurro se perde no vento. Por isso aquelas vozes de espanto. E por vezes os castigos. Eu sei vida. Eu sei. Eu sei que quando isso acontece me custa muito. Às vezes choro feito criança mimada. Faço birra contigo. Até resolvo não te falar mais. Sim. No fundo eu sempre sei. Sei que és uma mãe. Uma mãe que castiga. E tanto te odeio às vezes. Mas quando te amo. Quando te olho bem. Quando sinto o porquê de ti. De tudo. Quando olho à minha volta. Agradeço-te. Por isso, obrigada. Obrigada pelo que me ofereces. Pelo que me dás todos os dias. E agradeço-te pelas pauladas. Pelos chutos no cú. Porque a cada um deles eu ando mais em frente. Por isso vida, continua.

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