Tem dias de tudo.
Tem dias de nada.
Vem, que tem dias de chuva
E outros em que o sol fica o dia a brilhar.
Há dias de peito forte
E sorriso gigante.
Há dias de água no rosto
E corrente apertada que parece não mais passar.
Claro que há dias que parecem noites.
E noites que parecem dias.
Quando o tempo não mais trespassa,
Quando o amigo abraça
E o ar que respiras esta ali para ficar.
Esse escuro que clareia a vida.
Essa luz que troveja e não deixa passar.
Sim, tem dias.
E eu tenho dias.
Tenho dias que passam como a noite
E noites que vão acabar por findar.
Sou o tempo que passa.
Sou o vento que leva.
Sou a vida do dia-a-dia
Que todo o segundo leva devagar.
Passa que o tempo urge.
Passa que o ponteiro
Trespassa a apontar.
Leva adiante a vida,
Que a vida tem de tudo,
E o mundo não vai parar.
Vai que tem dias.
Vem que tem noites.
Tem dias que adio.
Tem noites que anseio.
Então, vai que vem
E volta na roda do urge que urge da vida.
A vida que é tua às vezes.
O tempo que te empresta na demora
E os segundos da alma perdida
Que não percebe nada da jornada.
Vive esses dias de leve
Vive no compasso do teu respirar
Porque a vida é sempre breve
Fica tanto por terminar.
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