4 de fevereiro de 2015

Vamos sorrir juntos?


Podia questionar-me porquê? Podia. Podia pensar sobre quando tudo começou? Podia. Mas não preciso entender. Não preciso saber pormenores ou prefácios que nem interessam. Não me interessa o porquê ou o quando. Só quero saber do que sinto agora. Do meu respirar ofegante. Da ansiedade boa para que o dia chegue ao fim. Do sopro do vento que eleva e releva o tempo. Tempo que não passa. Esse tempo que só sabe passar quando perto do teu olhar.

Acho piada até, quando me perguntas porquê. É engraçado, como até isso me faz amar-te ainda mais. Esse teu jeito de ser. Perguntas e repetições. Dúvidas, dúvidas e mais questões. E eu suspiro. Suspiro e respiro tudo lentamente. Quero absorver tudo. Todos os momentos. Todos os encantos e desencantos.

E podia falar tanto. Podia falar dos teus olhos. Podia falar sobre as horas que eu os conseguia olhar. Sobre o que vejo. Sobre o que sinto quando os fito. Podia falar do sorriso, da gargalhada ou do risinho de alguns momentos. E do ar malandro? Também podia. Podia dizer-te que só tu consegues fazer-me sorrir sem motivo aparente. Porque tu és o motivo.

E não sou lamechas, sou mesmo de encarar a vida pela frente. E essa frente sempre teve muro. O protetor sempre foi muito alto. Alto de mais. E sempre houve uma porta bem pequenina. Uma porta com dobradiças enferrujadas. Com uma chave sempre perdida nos meus aposentos. Por baixo de livros, tralhas e bugigangas. Mas agora eu não tenho a chave. Não está mais comigo. Nem perdida, nem achada. És tu que a guardas no bolso. E podes abrir essa pequena porta sempre. E esse sempre perdura no tempo que tu quiseres. E dentro desses muros encontras tudo. Encontras o meu sorriso. Sorriso sempre ali. No tempo, sempre à espera de ti. E sempre me encontrarás. Vou estar sempre sentada junto ao lago de águas cristalinas, enquanto os meus pés brincam com a água que corre.

O meu mundo é um nada que tudo tem para ti. Um pequeno espaço onde tudo cabe. No meu mundo sempre vai haver o tu, o teu e o para ti. Há sempre espaço para o nós. Então, porquê perguntar? Porquê sofregar ou tentar antecipar? Bons são os momentos que, como gota a gota nos mostram o oceano.

E quando vives assim, nada importa e importado estás apenas em viver o momento de agora. Por isso, não te agarres a esses talvez. O mundo é tudo num vai e vem de cada vez. E vamos então ser felizes. Porque eu mereço. Porque tu mereces. E porque o dia está lindo e o sol está quentinho. E além disso, digo-te: com esse sorriso que trazes atado a ti, não dá para ser de outra forma.

Então, é fácil: vamos sorrir juntos?

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