16 de janeiro de 2015

O tempo não para



E já diziam os mais antigos: "Só damos valor às coisas, quando já não mais as temos!". É engraçado como a maioria das pessoas não dá valor ao que tem. É uma constante busca. É constante o tentar alcançar do mais e maior. Chega a ser do não se sabe bem o quê. Do será que será, mas não sei bem o que é agora. Uma lupa invisível segue na mão de vários, procurando sempre o mais de amanhã e sacudindo o saco do que não chega que se tem hoje. Porque será tão difícil, as pessoas valorizarem o que realmente importa? O que já existe e o que se tem? Onde estará a dificuldade de apreciar o momento e nos encantarmos com as coisas belas e simples? Porquê a tendência para complicar, dramatizar, negativizar, desejar e desejar o que não está, ou que não existe? Ou pior o que não é nosso! 
Se soubessem o quanto a vida é passageira, corriam menos atrás do pressuposto e do amanhã, e entendiam o porquê do "agora" se chamar presente. Vamos ser realistas: desligando o botão do como será, do talvez ou do se, o que é a nossa vida, se não um grande presente? Um presente por inteiro: a dádiva de viver o momento. Pensar de mais, analisar tudo, apenas nos leva a perder tempo. E o tempo passa. Não espera por ti. Não te esqueças que estás aqui de passagem. Por muito que queiras não controlas tudo. Ou melhor, tu não controlas é quase nada! Não comandas o tempo. Não mandas no futuro. Por muito que tentes... E nunca te esqueças: tu atrais aquilo que transmites! Quanto mais procurares, menos vais encontrar. Faz o melhor que puderes. Sê o melhor que puderes. O resultado será sempre na mesma proporção do teu esforço. Mas não esquecendo, que para essa tua luta e objetivos diários, não precisas de te auto-flagelar. Não te exijas de mais. Por muito que persigas os porquês e queiras tudo para ontem, lembra-te que o sentido da vida é vago. A importância é díspar. E a beleza não está no sentido. Está no sentir. No viver o dia-a-dia. Nos momentos. Nos sorrisos e gargalhadas. Na lágrima e na saudade. Que seria de nós se tudo fosse pensar? Se tudo fosse neurónio? Se o raciocínio comandasse. Que seria de nós sem os sentimentos e os sentidos? Por isso, abraça a vida. Os dias melhores e os piores. No fundo, tu até sabes. Tu até sabes o que queres, mas foges do que precisas. E precisas de saber que o tempo corre. O tempo voa. Se queres abraçar, abraça. Se queres beijar, beija. Se te apetece chorar, chora. Se queres falar, fala. Mas agora. Não penses tempo demais, que o tempo não espera por ti. O tempo não para e quando fores ver ele já passou. Não te abraça. Não te espera. Não há pausa no tempo. Não retrocedes no ontem ou viajas ao mês atrás. Luta pelo que queres. Mas fá-lo já. E desta forma, terás sempre o maior presente que alguma vez desejarás: a VIDA por inteiro.



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